True Swedish Black Metal.
Muitas pessoas têm essa idéia da Suécia como uma Disney Land da liberação sexual, mas existe muito mais. Tem o Hotel de gelo que serviu de cenário a 007 – Um Novo Dia Para Morrer, mas também é produtora de umas bandas sensacionais. ABBA, Ace of Base, A Camp, The Cardigans e Roxette provam o ponto.
ABBA é um acrônimo das iniciais do nome dos integrantes da banda: Agneta, Benny, Björn e Anna-Frid – a Frida. A banda nasceu no início dos anos 70 e ganhou o topo das paradas britânicas com o single Waterloo em 1974 e vendem discos até hoje, já são mais de 300 milhões vendidos. Todo mundo conhece pelo menos uma música deles, os caras são o sucesso em casamentos, happy hours, revivals e comemorações afins. É pop, é dançante e é bonitinho. Fell the beat from the tambourine...
O Ace of Base fazia um sucesso danado nas matinês dos anos 90. O grupo formado por Ulf Ekberg e os irmãos Jonas, Linn e Jenny Berggren tinha esse nome porque eles se achavam ases da situação e o estúdio funcionava como uma base militar, além de poucas pessoas lembrarem o nome anterior da banda, que era Tech Noir (como uma boate em O Exterminador do Futuro). O maior hit do Ace of Base por aqui era a dance-pop All That She Wants, praticamente todas as pessoas entre 25 e 30 anos dançaram muito ao som disso, esperando a música lenta para chegar na gatinha nos hi-fis por aí.
The Cardigans nasceu no ínicio dos anos 90 por iniciativa de Magnus e Peter (curiosamente, os dois eram entusiastas de heavy metal, que, aliás, é algo muito popular na Suécia), que juntaram Bengt, Lars e Nina e viviam todos num apartamentinho micro até receberem oferta de gravadora. O sucesso só veio mesmo com o segundo trabalho: Life e graças ao reconhecimento internacional, o primeiro album foi relançado no mercado. O mais curioso é que a banda ficou famosa pela grudentinha Lovefool e, quando se ouve o trabalho deles, nota-se claramente que aquilo foi uma exceção na discografia. E a voz da Nina te mata nas músicas tristes e te coloca um sorrisinho de canto de boca nas mais alegres. I raise my head and whisper rise and shine.
Marie e Per quebraram tudo durante anos, atendendo pelo nome de Roxette. Os dois se conheceram no fim dos anos 70, quando já eram artistas consolidados na Suécia, ela participou de uns shows da banda em que ele tocava, após várias participações de um nos projetos do outro, finalmente, em 1995, saiu o primeiro album deles. E, com o tempo, o Roxette lotou estádios nos cinco continentes com a mistura de baladinhas doces e meigas com umas pancadarias dançantes. Provavelmente, era por It Must Have Been Love que você esperava pra chegar na gatinha do hi-fi.
A Camp é o projeto solo da Nina Persson, do Cardigans. A banda é recente e não tem a mesma dinâmica de um grupo regular, exatamente porque a Nina só se dedica quando nos intervalos do "emprego". Com influência country e músicas indo do clima fundo do poço ao bom e velho rock'n'roll, o primeiro -e até agora único – cd deles não cansa. Muito pelo contrário, só te faz querer ouvir mais. Para uma situação colônia de férias da Nina e do marido o resultado é bem acima do que se esperaria e – corre pela central oficiosa de boataria – teria insipirado o album Long Gone Before Daylight do Cardigans.
Essas cinco bandas são um argumento e tanto contra aqueles chatos que insistem em dizer que na Suécia não existe nada além de loiras peitudas ninfomaníacas e bandas de metal. Tem sim, tem muita música boa, seja para se acabar de dançar, seja para ficar coladinho ou para curtir uma fossa. Se o esquema é música pop de boa qualidade, pode ir numa dessas e ser feliz. Não tem erro, gente boa.
Greta Garbo, quem diria, foi parar no Irajá as 11:06 AM