Amores possíveisGraças aos céus nasci no Rio de Janeiro, o coração passional do Brasil, sob o signo da brasilidade nagô e amparada pela lua latina. Ser sul americana, pobre, suburbana e falande de língua latina é a única maneira plena de sentir. De enfrentar a vida entendendo o porquê de emoções. E de diferenciá-las. É a única forma possível de entender o que realmente é viver uma emoção.
Somos viscerais. Nos entregamos, mesmo a contragosto e com o racional gritando o quão tudo é errado. Somos um pessoal que se apaixona e se magoa com as mesmas violência e rapidez. Não sei você, mas eu não troco essa intensidade. Não troco nenhum dos meus amores por passar a vida com o coração intacto e sem compreender uma única linha das músicas mais bonitas do mundo.
Me apaixono a cada 5 minutos, algumas duram mais que outras. Algumas vezes, chego a me apaixonar 2 vezes pelo mesmo objeto de afeição. E já me apaixonei todos os dias por pessoas. Cada vez mais e mais. Essa habilidade de jamais deixar de se apaixonar pela mesma pessoa deve ser o que chamamos de amor.
E existem vários tipos dele e nenhum é menos nobre do que um outro. Existem os que gritam o seu amor; os que o confundem com o fogo passional; os discretos; os que amam incondicionalmente; os que amam em silêncio porque não precisam de nada além da existência do ser amado pra amar. Já amei de todas essas maneiras e acredito que ainda haverei de amar de muitas mais.
E como amo hoje? Em silêncio, cuidando da minha afeição como o Pequeno Prícipe cuida de sua Rosa. Não lhe faço as vontades porque escolhi o silêncio. A afeição é minha. O amor é meu. As conseqüências também. Não é medo, mas talvez seja fuga. E o que importa?
Posso viver com a idéia de não ser amada. Mas nunca com a idéia de jamais ter amado.
Greta Garbo, quem diria, foi parar no Irajá as 2:39 PM