O problema todo na verdade, é um só. Que tenho me sentido muito, muito, muito sozinha. Na teoria tem um cara legal que até gosta bem de mim e eu gosto bem dele, mas ele tá na casa do caralho. E nove mil quilômetros e um oceano não te esquentam nas noites frias de inverno. E Deus sabe como o inverno na Capitania de São Sebastião tá sinistro esse ano. Daí a real é a seguinte: tem esse cara, mas não tem ninguém, então a gente descola um aqui e outro ali e vai levando a vida.
Só isso é legal. Ou deveria ser. Quer dizer, teoricamente é legal, mas na prática não é. Porque eu não tenho ninguém. Nem os amigos que me sobraram por aqui, porque esses não podem -e nem devem, percebam - largar tudo pra atender meus caprichos de pessoa que não sabe ficar doente e faz o maior escarcéu durante a gripe do ano.
E aí, durante todo o charminho que faço, as coisas meio que caem nos lugares devidos. O moço lá de longe é tudo que sempre quis, mas tem toda essa montoeira de zeros e água entre nós, inviabilizando meu sonho dourado de moça do subúrbio.
E os caras de perto, você pergunta. Bem, se você não pergunta, deveria. É uma dúvida normal, até. Eu perguntaria, se estivesse ouvindo essa história de alguém. Bom, na teoria, tem esse um aqui bem de perto, que num segundo encontro diz que não quer relacionamento nenhum.
Pro caralho, né? Tá certo você, porque alguém que lança uma dessas, não é que não queria relacionamento nenhum. Não quer é um comigo, porque, vamos combinar aqui, quem diz isso, tá dizendo: "olha, você não é má pessoa, é só que eu quero uma pessoa MAIS qualquer coisa do que você." O que é altamente tranqüilo pra mim, se agem assim. Falar, meu amigo, é fôlego.
Mas é que junto a tudo isso, vem aquela neurose de anos que diz que não, eu não sou tão interessante. E que, mais importante, não, meu bem, não vai aparecer alguém pra esquentar as noites frias do inverno carioca. Que Deus sabe bem como está rigoroso esse ano.
Greta Garbo, quem diria, foi parar no Irajá as 7:48 PM